sábado, 22 de março de 2008

ARTIGOS DE PERÍCIA CRIMINAL

São Paulo - Perito Criminal pode solicitar sigilo à sua identificação
31 de January de 2008
Sinpcresp - Agora o Perito Criminal pode solicitar sigilo à sua identificação, quando julgar necessário, pois já foi publicado o Provimento nº 38/2007, disciplinando o assunto. Mérito do Perito Criminal Carlos Coana, do Núcleo de Identificação Criminal, que pleiteou e conquistou para toda categoria.

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Na pista dos segredos digitais PDF Imprimir E-mail
15 de October de 2007
The New York Time - Os ciber-detetives garimpam os dados que parecem desaparecer -mas que nunca desaparecem de fato- de dispositivos eletrônicos a fim de usá-los nos tribunais
The New York Times - Barbara Whitaker

Após passar 31 anos escapando das investigações policiais, o assassino em série BTK, de Wichita, no Estado do Kansas, foi localizado e condenado em 2005 com o auxílio de informações que ele deixou em um disquete de computador.

A condenação de Scott Peterson por ter assassinado a sua mulher grávida, Laci, se baseou em parte nas suas pesquisas na Internet sobre as marés e as correntes marítimas na área em que mais tarde o corpo dela apareceu.

De casos famosos de assassinatos a mundanos processos de divórcio, as mensagens que as pessoas enviam por e-mail e os websites que elas visitam podem e serão usados em julgamento. As pessoas que descobrem esses dados e os tornam utilizáveis nos tribunais são conhecidos como peritos em informática judicial. Eles são os ciber-detetives que garimpam os dados que parecem desaparecer -mas que nunca de fato desaparecem- de computadores e outros dispositivos de armazenagem eletrônica.

"As pessoas que gostam de computadores, que adoram as cenas de investigação criminal, vêem nessa profissão uma confluência natural das suas habilidades, na qual podem investigar sem ter que futucar cadáveres", diz Craig D. Ball, de Austin, no Estado do Texas, um ex-advogado de tribunais que presta assessoria a juízes e advogados sobre o uso de provas eletrônicas.

Os peritos em informática judicial examinam discos rígidos e áreas de armazenagem, resgatando informações de planilhas eletrônicas, documentos de Word, mensagens instantâneas e e-mails. Eles procuram sinais de atividades clandestinas e de informações que os usuários podem ter tentado apagar ou esconder.

Mundo digital

Durante muitos anos, esse campo foi dominado por agências policiais e pelos seus funcionários. Mas recentemente a área ampliou-se à medida que consultores nela ingressaram e várias agências governamentais, corporações, instituições financeiras e outras passaram a contratar os seus próprios especialistas.

O trabalho pode ser ao mesmo tempo recompensador e entediante. Podem ser necessários semanas ou meses para o exame de uma quantidade enorme de arquivos e outros dados digitais, alguns dos quais podem estar criptografados. Os peritos em informática judicial precisam também ser capazes de recuperar e armazenar esse material de uma maneira que não destrua ou modifique outros dados do computador.

Ball diz que, 30 anos atrás, quando os escritórios não tinham computadores, havia de fato uma trilha de papel a se seguir, com a ajuda de secretários e salas de arquivos. "Quando a sociedade migrou para a comunicação eletrônica e a criação de informações, conferimos poder aos indivíduos para que estes criassem as suas próprias informações", diz ele. "Nós também os capacitamos a esconder, procurar destruir ou alterar essas informações, e não existe mais aquela cópia original na sala de arquivos ou a página que falta no sistema de gerenciamento".

À medida que aumentou a demanda por especialistas em informática judicial, surgiram programas de educação formal, bem como uma grande quantidade de certificações e algumas associações profissionais.

Os profissionais da área calculam que o salário médio anual para os especialistas em computação judicial seja de US$ 85 mil, dependendo da experiência e da localização. Empregos para iniciantes podem pagar cerca de US$ 50 mil por ano.

Formação exigida

Kris E. Turnbull, diretor do Cyber Crime Institute, um programa de especialização da Universidade Kennesaw State, na Geórgia, diz que a faixa etária média dos seus alunos é de 30 a 50 anos, e que eles possuem formação em tecnologia da Internet. Alguns tinham empregos que foram eliminados nas corporações, afirma Turnbull.

O instituto, inaugurado em 2002, oferece cursos online cuja duração varia de três a quatro meses. Os alunos graduados pelo instituto recebem um certificado reconhecido pela Sociedade Internacional de Peritos em Informática Judicial.

Michael Kirk, 28, que se formou em 2006 pela Universidade Champlain, em Burlington, no Estado de Vermont, em informática judicial, diz ter buscado uma graduação na área porque com o seu outro curso em computação tradicional não estava conseguindo emprego.

"Além do mais, a experiência é fundamental", diz ele. "Fiz um estágio em uma companhia de softwares de computação judicial enquanto cursava a faculdade. Muitos educadores garantem que os estágios são vitais para ajudar os alunos a encontrar emprego após a graduação. Existem muitos empregos nesta área. Mas grande parte deles exige experiência prévia, bem como certificação para o uso de vários instrumentos".

O número de certificações possíveis é grande, e para obtê-las pode ser necessário investir muito tempo e centenas de dólares.

Algumas certificações estão relacionadas ao conhecimento de softwares como EnCase e AccessData, que são utilizados para garimpar informações em computadores. Outras são conferidas por organizações profissionais como a Sociedade Internacional de Peritos em Informática Judicial, que tem parceria com uma companhia privada do Estado de Virgínia, a Key Computer Services, e com a High Tech Crime Network, um grupo de agências policiais e profissionais de segurança de corporações. Embora algumas companhias exijam alguns certificados, outras não fazem tal exigência.

Kirk, atualmente consultor de provas judiciais na FTI, uma empresa de consultoria especializada em investigações e litígios, diz que o trabalho é interessante e gratificante. Mas ele afirma que as pessoas que pensam em seguir uma carreira na área devem estar preparadas para mudar de cidade.

"O setor ainda não é forte em todos os lugares", explica Kirk, observando que se mudou do interior do Estado de Nova York para Washington, D.C. por causa desse emprego, e que viaja freqüentemente. "Existem muitas coisas a se levar em consideração quanto aos empregos neste setor. A pessoa precisa estar disposta a fazer alguns sacrifícios para obter o emprego que deseja".
Como funciona o Instituto de Criminalística, cujo laboratório de DNA ajuda a identificar as vítimas PDF Imprimir E-mail
02 de August de 2007

Veja SP - Por Edison Veiga

O Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo está mais agitado do que nunca. Desde o dia 21, quando as primeiras amostras dos corpos das vítimas do trágico acidente do Airbus da TAM chegaram ao laboratório de DNA, no 1º andar do número 410 da Rua Moncorvo Filho, no Butantã, dezesseis dos dezoito peritos que trabalham ali se debruçam sobre o caso. "Normalmente, só realizamos exames de DNA depois de excluídas todas as outras possibilidades de identificação: reconhecimento visual, impressões digitais e arcada dentária", explica a perita Norma Bonaccor-so, há dez anos na equipe. "Mas decidimos iniciar paralelamente esse processo para tentar minimizar o sofrimento dos familiares." Um andar acima, numa sala que em nada lembra os cenários de CSI, série campeã de audiência nos Estados Unidos sobre os bastidores de um laboratório de perícia criminal, funciona o Núcleo de Engenharia, ou-tro departamento envolvido com o acidente do dia 17. As investigações a respeito das condições do avião e do aeroporto são de competência federal. Quatro engenheiros do IC, no entanto, foram acionados para colher provas para o inquérito aberto pelo 27º Distrito Policial da capital, que apura as responsabilidades pelas 200 mortes. Os peritos do departamento nunca estiveram diante de uma tragédia dessas dimensões, a maior da história da aviação brasileira. Mas eles acompanham muitos outros casos – em média, cinqüenta por mês. Atualmente, por exemplo, ainda investigam o desabamento da Estação Pinheiros do metrô, em janeiro, e o acidente com uma grua que matou quatro operários na Marginal Pinheiros, em junho.

Estruturado em dezenove núcleos, o IC atua como auxiliar do Judiciário. Os 1 100 peritos que trabalham ali elaboram, juntos, 2 milhões de laudos por ano. Faz parte da rotina deles analisar objetos e locais. Ou seja, buscam evidências o tempo todo. "Nosso trabalho ajuda a prender os culpados e libertar os inocentes", diz Sumara Antonio Quixadá, há 21 anos no Nú-cleo de Balística. Para se tornar um perito e embolsar um salário inicial de 4000 reais, é preciso ter formação superior (em qualquer área), ser aprovado em um concurso público e fazer um curso preparatório de onze meses na Academia de Polícia. O instituto foi fundado em 1924 – chamava-se Delegacia de Técnica Policial – com a missão de aplicar métodos científicos no esclarecimento de crimes. Desde 1998, com a criação da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, o IC está diretamente ligado ao Instituto Médico Legal – ambos dividem um orçamento anual de 157 milhões de reais vindo da Secretaria Estadual de Segurança Pública, mais 800000 reais do governo federal. Verba nem sempre suficiente. Apesar dos esforços dos funcionários, a estrutura física do IC é precária. Muitas salas são improvisadas, algumas caixas de papelão fazem as vezes de armário e há peritos que reclamam da falta de material. "Não temos sequer luvas de couro para trabalhar com destroços", diz Antonio Nogueira Neto, do Núcleo de Engenharia. "No caso de Congonhas, tivemos de usar máscaras emprestadas da Defesa Civil."

À espera da Aeronáutica

Pouco mais de uma hora após a tragédia, o engenheiro Lourenço Trapé Neto, do Núcleo de Engenharia, chegou às proximidades do Aeroporto de Congonhas. "Ainda não haviam começado a resgatar os corpos", lembra. Ele e outros três dos 24 peritos de sua equipe estão no caso. Munidos de câmera fotográfica, vistoriaram o prédio atingido, os destroços do avião e toda a situação da área ao redor. Como se trata de um acidente aéreo, agora precisam aguardar por um relatório da Aeronáutica, prometido para daqui a seis meses. "Não temos acesso à caixa-preta, por exemplo", diz. "Por isso, dependemos dessa investigação para concluir a nossa perícia."

Mutirão para analisar mais de 100 amostras

A cada seis horas, chegam ao laboratório de DNA do Instituto de Criminalística mais amostras dos corpos não identificados do maior desastre aéreo já acontecido no Brasil. Até a manhã da última quinta (26), eram mais de 100. "Essa etapa do exame torna-se menos complexa quando conseguimos extrair o DNA de células do sangue", conta a perita Norma Bonaccorso, que retornou antecipadamente das férias para coordenar as pesquisas. Em casos de carbonização, os peritos normalmente analisam os ossos. "Recebemos um fragmento e precisamos prepará-lo, em banho-maria, para isolarmos a célula", diz. "A partir daí, quebramos as membranas da célula, extraímos o DNA e comparamos com o de um familiar." No dia 21, foram coletadas amostras de sangue de 84 familiares de vítimas. Exames feitos com ossos costumam levar, na mais otimista das hipóteses, uma semana para ficar prontos. Devido às condições atípicas dessas amostras, no entanto, a equipe não se arrisca a estipular prazo para a conclusão do trabalho.

Detalhistas e boas de tiro

Quando olham para um projétil, em casos de crime, todos os dezenove peritos do Núcleo de Balística enxergam detalhezinhos que passariam despercebidos para os leigos. "É como uma impressão digital", conta Sumara Antonio Quixadá (acima, à esq.), que às vezes chega a ficar seis horas consecutivas de olhos grudados nas lentes de um dos três microscópios do departamento. "Depois de disparado, um projétil nunca é igual a outro." A caçula da equipe, Fabiana Paiva Pires, 28 anos, começou a trabalhar em janeiro e ainda tem muito o que aprender. Mas não se intimida. "Gosto de armas desde criança", afirma, com cinco band-aids nos dedos machucados de tanto manuseá-las. "Trabalhar aqui é um sonho, pois chego a dar 200 tiros por dia." No núcleo há um espaço destinado a esses disparos. São necessários para testar as armas apreendidas, muitas vezes em más condições, e comprovar o uso das mesmas nos crimes investigados. Informações importantes que, como tudo no IC, se transformam em laudos.

Oitocentos computadores para analisar

No fim da década de 60, o adolescente Sérgio Shoiti Kobayashi devorava livros de ficção científica e sonhava com supercomputadores. Desde janeiro, ele dirige o Núcleo de Perícias de Informática, onde trabalham doze peritos. "Tenho cerca de 800 computadores na fila de espera para analisar", diz. "Cabe tanta informação neles que encontrar indícios é como achar agulha em palheiro." Estão com a equipe, há um mês, os 25 discos rígidos dos computadores utilizados pelos alunos que invadiram a reitoria da USP, durante a greve estudantil ocorrida neste ano. Dentro dos discos, há atas de reuniões, textos de panfletos e outros documentos. "Eles apagaram diversos arquivos, mas nós os estamos recuperando", afirma Kobayashi. "Todos os nomes envolvidos constarão no laudo." A perícia deve ser concluída dentro de um mês.

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Mais de 50% das cenas de crimes são violadas PDF Imprimir E-mail
18 de October de 2007

JORNAL O POVO - Formas de preservar locais de crime, impedindo violações e adulterações, são temas do I Seminário Institucional sobre Local de Crime

JORNAL O POVO - FORTALEZA/CE

A maioria dos locais onde crimes são cometidos é violada antes da chegada de investigadores e peritos. A violação não ocorre somente quando um cadáver é retirado de sua posição original ou a arma de um homicida é manuseada por terceiros. A ponta de um cigarro ou um papel de bombom retirados, por exemplo, também são considerados formas de violação e podem atrapalhar o trabalho da perícia e dar rumos incorretos à investigação. O alerta foi feito ontem, na abertura do I Seminário Institucional sobre Local de Crime, Isolamento e Preservação, promovido pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Para o instrutor da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Alberi Espindula, a causa das violações está diretamente associada à falta de preparo de policiais e, também, à consciência da população. Segundo ele, ao chegar ao local onde um crime foi praticado, a Polícia deve se restringir ao isolamento da área, impedindo a aproximação de populares. No entanto, ele diz, a regra normalmente é quebrada. "O policial acaba atrapalhando por andar sobre o local. E antes de ele chegar, o cidadão, por curiosidade, já tem adulterado aquela área", comentou. Alberi, que também é diretor-adjunto do Centro de Perícia de Alagoas, estima em mais de 50% o percentual de locais violados.

Alberi aponta as cenas de crimes de trânsito e homicídios como as que mais sofrem violação. Ele diz que a adulteração ocorre por conta da demora na chegada de policiais e em razão da aglomeração humana. O instrutor aponta, ainda, profissionais de imprensa como outros responsáveis pelo problema. "Qualquer detalhe mínimo pode ser decisivo, de forma positiva ou negativa, para a elucidação (de um crime). Por isso, quando o local é violado, a perícia fica prejudicada", afirma.

O caso da morte de Paulo César Farias, tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Melo, e sua namorada, Suzana Marcolino, ocorrido há 11 anos, em Alagoas, foi citado por Alberi como um dos tiveram a perícia dificultada. Fotografias da cena do crime mostravam que o local havia passado por adulterações.

O seminário teve início ontem, pela manhã, e será encerrado na tarde de hoje, no hotel Magna Praia Hotel, na Praia de Iracema. O evento tem a participação de policiais militares, civis, bombeiros, peritos do Instituto de Criminalística e jornalistas. O evento não é aberto ao público.


E-MAIS

De acordo ainda com o superintendente da Polícia Civil, Luís Carlos Dantas, objetos simples encontrados em cenas de crimes podem ser essenciais em investigações. Ele explica que caso uma ponta de cigarro seja deixada por um popular no local, a perícia pode confundi-la com um vestígio deixado pelo autor do crime. "Um papel de bombom no chão, num crime de desaparecimento, pode ser fundamental na investigação. Mas também pode ser um resíduo deixado por um popular", completou.

Luís Carlos Dantas diz que ninguém, a não ser o perito, pode segurar a arma usada em um crime ou mover o corpo de uma vítima do local da morte. "Isso chega a ser um crime: violação de local de crime, previsto no Código Penal", informou. "Tivemos um caso aqui em que um repórter, numa delegacia, inventou de manusear uma arma para a câmera e acabou efetuando um disparo acidental. Ele colocou todo mundo em risco e, ao segurar a arma, tirou as impressões digitais do dono", acrescentou o superintendente.

Ele confirma que a violação de materiais e locais dos crimes também é cometida pelos próprios policiais. "O policial desavisado tira o documento da vítima antes de o perito chegar para mostrar ao repórter, o que não pode", acrescentou.

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Fox faz ficção sobre Polícia Civil de SP em "9 mm"
16 de January de 2008
Folha online - Com cada um de seus quatro episódios orçado em US$ 200 mil (R$ 348 mil), a minissérie "9 mm: São Paulo", que narra o cotidiano de agentes do departamento de homicídios da Polícia Civil paulistana, tem estréia prevista para o fim deste semestre, na Fox.
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Polícia Científica entrega câmera digitais para todo Estado
16 de January de 2008
polcientifica.sp.gov.br - O coordenador da Polícia Técnico Científica, Dr. Celso Perioli distribuiu 568 câmeras digitais para os diretores do Instituto Médico Legal e do Instituto de Criminalística, Dr. Hideaki Kawata e Dr. José Domingos Moreira das Eiras para redistribuição aos núcleos e chefes de equipe de todo o Estado.
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